quinta-feira, outubro 30

Moonlight Sonata

Foi assim que me dei conta que bates! Devagar, como o som do piano, num ritmo lento, cheio de sentido, como se cada tecla fosse um desejo, como se cada desejo fosse concedido...

Sei que ás vezes me esqueço que bates: acordo, respiro, trabalho, falo e rio. Outras tomo consciência de que existes, como o som do piano. A amplitude do dia a dia não te enquadra, já te dominou e faz-te permanecer quase sempre esquecido... Mas vem Mozart e o teu sorriso, vem Chopin e aquele arrepio, vem Bach e páras por um bocadinho, como o piano, bem de mansinho.

Tomo consciência de ti sempre que me obrigo a lembrar-te, bates agora, bates um bocadinho, tens saudade, tens vontade, embalas os desejos e ris.

Eine Kleine Nachtmusik,
Fur Elise,
Moonlight Sonata,
Prelude in C major...
sonha agora devagarinho!
Outras vezes doís, partes, ninguém te cola os pedacinhos, caís outra vez, doís mais um bocadinho, o mundo acaba e tu sempre a bater sozinho. Queres ser grande, leal, confiante e confiável, abrigar toda a gente, dar mais, dar muito, dar-te inteiro e bates bates. Quando te ouço sei que sentes, como o sentes, ouço as teclas do piano devagar devagarinho.
Não, não estás sozinho.





quarta-feira, outubro 29

Snowy Spirit

Nevou ontem na Serra da Estrela, como é do conhecimento geral não fosse a comunicação social divulgar os escassos três centímetros que por lá pernoitaram e hoje se mantiveram ao mais alto nível. Prevê-se queda de neve para os próximos dias, no entanto insuficiente, por agora, para a prática de desportos de Inverno.

Este post não se quer de informação meteorológica, então porquê falar nisso?

Pergunto-me por vezes (bastantes até) o que me levou, num primeiro momento, a criar este espaço que é tanto meu como de todos os que por aqui passam e tão gentilmente dispensam alguns minutos do seu tempo para ler as minhas opiniões, barbáries e confusas, sem grande valor literário. Dou-me conta que o Sentir e as suas diferentes formas são aqui expostas sempre sem me expor, equação essa que, em termos de partilha, dá menos para mim menos para quem me lê. Ora se bem me lembro, menos e menos dá mais, mas nunca foi boa a matemática.

Estive lá, no momento exacto em que o céu se desfaz e se deixa cair em retalhos. Estava lá quando o alto da Torre ficou salpicado de branco, como se alguém tivesse polvilhado tudo com açúcar em pó só porque assim fica mais bonito!

Cenários destes fazem-nos sempre pensar que esquecemos de Sentir ou Sentimos tanto que não nos lembramos de pensar...

Pensei em ti, sentado em frente ao computador, a calhar aqui por acaso e a leres o que te escrevi. O que sentes?

Lê!

É para ti.


E para ti.


E para ti.

segunda-feira, outubro 27

Leitmotiv


Leitmotiv: Palavra alemã que significa "motivo condutor", tema

Leitmotiv (Dramaturgia): figura de repetição, no decurso de uma obra dramática, de determinado tema.

Leitmotiv (Música): técnica de composição introduzida por Richard Wagner nas suas operas, constituindo-se em tema associado, no decurso de todo o drama musical, a uma personagem, uma situação, um sentimento, ou um objecto.

A psicanálise, a terapia, a conversa de café, os amigos servem de escape a qualquer um de nós para podermos partilhar alegrias mas sobretudo tristezas. O trabalho, a familia, este e aquele, cansaço, descrença, vontade, insultar, exultar, fazer ver, contar, partilhar! - Já viste? (Falam Falam Falam) - Estas a perceber? Revolta, Sonho - Paciência! e perguntam, perguntam sempre: - E agora? Mas nunca esperam pela resposta!
Todos somos inconformáveis e inconformistas, todos queriamos mudar o mundo.

"Se eu mandasse"...
O Leitmotiv é sempre o mesmo, o Sentimento! Pelo próprio, pelo outro, por todos, por nenhum, porque sim e porque não. Sentimento que tanto é bom como natural, doce ou amargo, cordial ou efusivo.
Faz como eu quero, faz como eu sonhei, faz assim...
Somos ou não somos iguais?
O meu espaço termina onde começa o teu, nunca onde se unem, já reparaste?!
Se eu mandasse!

"Só falei com deus uma vez e foi para lhe agradecer de ti..."

domingo, outubro 26

Falling Star

Já falei aqui de como o significado e significante nem sempre se correspondem ou têm interpretações diferentes consoante aquilo que queremos dar a conhecer. Estranho que os veículos de comunicação interpessoal se resumam apenas e só a este processo que remete o que se diz para o que queremos dizer...
Vejamos, há palavras que custam dizer: Desculpa talvez a mais dúbia uma vez que pedimos desculpa porque erramos a determinado momento, certo? Mas, na altura de errar, sabendo que erramos, não deveríamos evitar o erro para depois evitar a desculpa? Amar! Outra palavra com tanto significado e nenhum significante. Amar é o feminino de Mar, digo eu, sei eu, porque o mar acalma, revigora, é forte e enche a alma portanto deveria ser feminino desde o inicio, ser Amar porque a única vez que se transforma em feminino é quando sabe a mar.

Saber a mar, saber amar...

Caiu uma estrela naquela noite. Caiu porque desistiu, cansou-se, morreu. Viajou tão depressa que rasgou o céu num espaço tão efémero quanto o tempo e disseste-me para pedir um desejo. Eu pedi... Soube-me a mar.

sexta-feira, outubro 24

Terapia


A escrita é sem duvida uma terapia. As palavras tentam transportar informação, toda a informação possível. O que é, o que quer, o que Sente, o que precisa, o que pensa, o que decide, o que faz, o que pede, o que exige, o que pretende, o que o define...

Tudo ali, numa palavra! Ou duas! Mais talvez...


E depois? Os males entendidos, as confusões, o excesso de informação, a falta dela. Quantas palavras? Todas juntas, sem entoação ou pontuação (que diferença faz a pontuação!!!!), um turbilhão de Sentidos, todas juntas e... Num ápice, deixam de ser, de querer, de Sentir, de precisar, de pensar, de decidir, de fazer, de pedir, de exigir, de pretender, de definir...

As palavras influenciam a forma de sentir... O que sinto expresso e expresso o que sinto, no entanto nem sempre a resposta física (implícita na definição de sentir mas não na de sentimento) corresponde apenas e só ao significado que lhe é dado. Logo o significante nem sempre corresponde ao significado. Teríamos discussão (quiçá tertúlia) para debater este argumento que é meu e que expresso nas minhas palavras, mas não me vou alongar muito mais porque fujo à questão.

Escrever é partilhar, já o disse antes, é colocar em palavras sentimentos sentidos, publica-los, divulga-los, deixar que sejam de outros para que deixem de ser meus. Disseco os sentidos, culpo os sentimentos, esvazio aqui tudo quanto trago dentro nas poucas palavras que conheço que traduzem o que sinto, tudo o que sinto e não defino, fica comigo.




quinta-feira, outubro 23

Intro


Dou aqui inicio ao blog, o meu blog.

Ponderei o crescimento súbito da blogosfera e a quantidade infinita de conteúdos que aqui se podem encontrar e devo dizer que muito pesou na minha decisão este factor crescimento... Talvez assim passe despercebido o(s) Sentido(s) que tem este blog.

Desenganem-se os poetas, os linguistas e os filósofos, aqui não encontrarão nenhuma resposta. Desenganem-se os matemáticos, economistas e gestores, não há aqui nenhuma resolução. Passo a palavra aos jornalistas e fotógrafos, não tenho noticias nem imagens inéditas para vos dar.

Este é um espaço pensado para Sentir. O que sinto, o que sentem que sinto e o que quero sentir que sintam, dando e perdendo todo o Sentido lógico das pequenas questões que nos assolam... ou não!

Leio, leio muito portanto no fluir dos dedos no teclado é natural que recupere o que li e, sem maldade, torne meu alguma frase tua. Sente-te grato pois deste forma ao sentido que pensei partilhar.

Começa aqui uma jornada de desabafos sentidos que têm o único objectivo este, o de partilhar, desabafar, deixar contigo, leitor, um pouco do sentido que me dou. Vem comigo! Sentes?