quinta-feira, setembro 10

VoiD

Repito-me quando afirmo que não escrevo aqui há algum tempo, encontro mil desculpas, querem ver? falta de tempo, inspiração, trabalho, cansaço, coisas para fazer, falta do que fazer (ócio total) ou mesmo falta do que dizer... Desculpem.
Há momentos que as palavras não conseguem exprimir correctamente. Hoje, enquanto usufruía de uma piscina inteira só para mim, apercebi-me que é de baixo de agua que consigo focar os meus pensamentos e clarifica-los. Como num puzzle, junto as peças sem todo o ruído que me impede de visualizar a forma final quando não estou ali, no que me parece ser o meu habitat natural... (sorri!) Fez-me maravilhas! e senti falta de escrever nem que seja sobre barbaridades.
Chegando aqui, em frente ao pc, decidi escrever sobre (de todos os temas!) o vazio. E aqui vem a barbárie! Não é que, com enorme surpresa, descobri que o google, essa grande fonte de conhecimento à qual milhões vêm beber diariamente, até imagens possui sobre o tema... Pergunto-me, não será este o verdadeiro tema a debater? O que representa o vazio se o vazio é por si só representativo?
Descobri praias desertas que por estarem retratadas de alguma maneira não estavam vazias no momento da foto, criações multimédia fascinantes, porta-chaves e alfinetes de peito com "dizeres" sobre a matéria, um corpo que se rasga e o preto que encerra (logo o preto que, ao contràrio do branco, é apenas a mistura de todas as cores!!!)...
Ora eu decidi que o vazio é aquilo que queremos que ele seja. Para mim, o vazio é o inicio, não, é começar no sitio onde não existe outra referência. É criar um espaço onde se pode começar ou colocar algo porque, por pura redundância, esse mesmo espaço nada continha. O vazio impulsiona um conjunto de acções, pensadas ou não, com o intuito de preenchê-lo. Pelo menos nunca ouvi falar de um corpo que queira ficar vazio, de um espaço que não esteja à espera de ser preenchido, de letras que não queiram ser palavras, de palavras que nunca foram ditas, de textos que queiram ficar incompletos, de livros que não queiram ser lidos...

Para mim, o vazio é a imensidão de coisas que o poderão preencher... O vazio é um universo de probabilidades. Do I make any sense?

quinta-feira, agosto 27

Speechless

أَخْبَرْتُكُمْ بِهَذَا كُلِّهِ لِيَكُونَ لَكُمْ فِيَّ سَلاَمٌ. فَإِنَّكُمْ فِي الْعَالَمِ سَتُقَاسُونَ الضِّيقَ. وَلكِنْ تَشَجَّعُوا، فَأَنَا قَدِ انْتَصَرْتُ عَلَى الْعَالَمِ

Meaning

These things I have spoken to you so that in Me you may have peace. In the world you will have tribulation. Be courageous! I have overcome the world.

Siempre tendréis en el mundo pruebas que os afligirán, pero confiad en mí, porque yo he vencido al mundo!
Solches habe ich mit euch geredet, daß ihr in mir Frieden habet. In der Welt habt ihr Angst; aber seid getrost, ich habe die Welt überwunden.
If I ruled the world
Imagine that
I'd free all my sons, I love em love em baby
Black diamonds and pearls
Could it be, if you could be mine, we'd both shine
If I ruled the world
Still livin for today, in
these last days and times
And then we'll walk right up to the sun
Hand in hand
We'll walk right up to the sun
We won't land
We'll walk right up to the sun
Hand in hand
We'll walk right up to the sun
We won't land

quinta-feira, julho 2

Raio de Luz

Chovem raios de sol por estes dias e,
em dias assim,
sinto-me:
Sol - plena,
Céu - infinita,
Noite - calma,
Lua - viva,
Estrelas - brilhante.
Inteira!
Mas, ás vezes caro leitor, é tudo uma questão de perspectiva....

quarta-feira, maio 27

Fly me to the moon

No último domingo tive a oportunidade de passar algumas horas no aeroporto. Devo dizer que a massa humana e a variedade de povos e culturas que ali se cruzam é impressionante e se calhar é por isso que me sinto sempre tão bem ali ... No local das chegadas, onde me encontrava, pude observar a ansiedade, a angustia, as lágrimas, os inúmeros sorrisos e abraços dos que aguardam pacientemente os que chegam directamente de todo o lado nos pássaros de aço que cruzam os céus, qual prefácio de um livro ou o final de um filme (que poétiquices...).

(Que saudades de andar de avião! !)

O aeroporto e a vida que ele encerra fazem encurtar as distâncias de uma forma reconfortante. Os painéis informativos das partidas e chegadas causam-me sempre algum fascínio como se qualquer daqueles locais estivesse a poucos metros, por detrás daquelas portas e, como se fosse possivel, conhecesse todos eles.

(Sonhei sem abandonar o meu lugar! Vou ser tão lamechas!)

Assim, como por magia, saí de Londres - Heathrow, passei por Paris - Charles de Gaulle, dei um salto a Frankfurt am Main, tomei o pequeno-almoço em Toronto Pearson Internacional, viajei até Madrid antes de voar até Amsterdão, passei por Munique mas almocei em Pequim , tomei café em Chicago O'Hare Internacional . Como a tarde ainda era longa, fui a Roma - Fiumicino, para mudar de ares, passei em Atlanta Hartsfield-Jackson ATL, fiz escala em Londres - Gatwick, mas não podia deixar de ir a Atenas Internacional antes de aterrar em Los Angeles Internacional, fiz um desvio até Montreal Pierre Elliott Trudeau, apaixonei-me na Big Apple em Nova Iorque John F Kennedy, a noite perfeita não podia deixar de ser na cidade das Luzes em Paris - Charles de Gaulle, quando dei por mim, não tinha saído dali, sentada à mesa do café, no aeroporto de Lisboa, a 20 minutos da hora prevista de chegada do voo Geneva- Lisbon.

Do lado de cá das portas, tornei-me parte da tal massa humana, verifiquei o painel mil vezes e esperei, vi as horas, os minutos e esperei, esperei... Esperei encontrar em mil rostos aquele que me levou ali.

Que saudades!

Voar, voar para qualquer lado e saber que onde quer que aterre estará alguém á minha espera. Assim que atravessar aquelas portas, com mil sonhos dentro da bagagem, saber que ao encontrar aquele rosto entre tantos outros, será o fim da viagem. Muito mais do que mereço mas, depois da espera, exactamente tudo o que preciso.
Quantos sonhos... Acorda Sara!

quarta-feira, maio 13

Requiem for a lost dream

Iniciei este blog por uma série de razões já expostas e reafirmadas. Os textos que postei aqui foram sempre fluindo à medida que as ideias me surgiam e escrevi sempre para ti, que não conheço, na esperança que em mil visitas houvesse um leitor atento, quem sabe, por trás de um computador, um rosto amigo. Optei quase sempre por abordar situações que me são familiares mas sempre salvaguardando-me de ti. Nunca mencionei o meu trabalho, que até bem pouco tempo adorava, não te falei da minha família, a não ser de forma subentendida, raramente mencionei os meus amigos, também não usei este espaço para promover idealismos nem esperanças (valores esses que especialmente hoje, para ser sincera, não me acompanham...). Não falei das desilusões do meu dia-a-dia, das coisas que me fazem sorrir o tempo todo nem sequer dos conselhos que recebo e dou... muito menos de tudo o que aprendi.
Usei este espaço para organizar muitas ideias e foi aqui, através da leitura dos muitos comentários, que muitas vezes sorri. A vocês, leitores atentos, o meu obrigada.
Apresentei-me como Dazzle me e quando já pouco me deslumbra, maravilha ou surpreende, este nome já não me representa.
Este não é um último post, nem sequer uma despedida, é apenas uma pequena fragmentação de tempo que divide, de forma definitiva, o meu espaço do teu pois tomei uma decisão (outra)! Passarei a escrever, não para ti que não encontrei ou não me procuraste (qual terá sido?), mas para vós que realmente me procuram e sei que aqui sempre encontro.
Deixem que me apresente:
O meu nome é Sara, tenho 28 anos, gosto de andar à chuva, de chocolate e de mimo, de ver a neve cair, do cheiro a terra molhada, de ouvir as ondas do mar e sentir os pés na areia. Adoro banhos de sol, de imersão, surpresas, viajar e de estar com quem me faz feliz.
Desiludo-me sim, e facilmente, porque espero sempre mais de tudo e todos. Confesso que fazia algumas birras até hà bem pouco atràs.
Também não gosto de presentir qualquer coisa porque, geralmente, sempre acontece...
Quando o que faço, as pessoas com quem falo, as coisas que me rodeiam e os sonhos á volta dos quais gravito não me apaixonam, canso-me rápido sabem...
É por isso que, em breve, vou talvez mudar! E quando mudar, mudo tudo!!!
Mudo de emprego, de casa e de país.
Depois prometo que vos conto tudo!
Réquiem pode ser:
Requiem ( Servidor Privado de Ragnarok Online.
Réquiem, uma cerimônia religiosa cristã especialmente composta para um funeral.
Requiem, filme dirigido pelo cineasta alemão Hans-Christian Schmid.
Requiem, obra de Mozart
Requiem, obra de Stravinski
Requiem, obra de Verdi
War Requiem (Britten)
Requiem, oração católica romana.
Vampire: The Requiem, jogo de RPG da White Wolf, Inc.
Requiem for a Dream, filme de 2000 dirigido por Darren Aronofsky.
Requiem - Famoso último episódio da série animada Caverna do Dragão, escrito, porém nunca produzido.
Requiem, continuação da série AVP.
Requiem (album), quarto album de john 5
Requiem, primeiro álbum da banda alemã de symphonic metal Aeternitas

segunda-feira, maio 4

Dia Amargo!

Je me sens vide.
Falamos depois...

quarta-feira, abril 29

New beggining 2 (La Suite)



Falei aqui de um novo desafio... Lembras-te?
Deixa-me apresentar-te onde, em breve, se inicia esse outro capitulo,
Para mim que te escrevo e para ti que me lês!

Com lugares e cenários ídilicos assim, acredito que o Adeus pode ser mais fácil

e o Começo,

afinal,

nem parece assim tão difícil.

quinta-feira, abril 9

Brincadeira

"Brinca comigo à procura
de uma estrela noutro céu
Brinca e lava a noite escura
com os sonhos que Deus te deu

Começa devagarinho
- por favor, não tenhas medo,
que o meu coração fez ninho
dentro do teu em segredo

Acorda os anjos que dormem
com a luz do teu sorriso
Faz com que não se conformem
e saiam do paraiso

Deixa-os entrar de repente
no teu quarto, a esta hora
em que a verdade mais quente
é o sono que te devora

Brinca comigo às escuras,
ensina-me o que não sei
Onde estás? Porque procuras
o coração que te dei?"

Um livro que é um achado a 50 cents, por F. P. Amaral.
Boa Noite e Namastê!

terça-feira, março 17

The end is a new beginning






E em breve noutro desafio , noutra morada, noutro país, talvez, quem sabe, volte a ser feliz.




Note to self: stop writing post titles in English

segunda-feira, março 9

Querido Diário

Há três dias recebi de volta um diário que escrevi aos 8 anos, tem apenas algumas páginas, coloridas e preenchidas a letra de criança mas cheira a papel emprenhado de perfume, exactamente como me lembro dele, igualzinho...
Ficou guardado com alguém que não me vê há décadas (literalmente) , duas para ser correcta, e o guardou até ao dia em que mo pudesse devolver. Ao relê-lo apercebi-me de várias coisas e tirei várias conclusões, entre elas a de que sempre tive um talento inato para a escrita (ou não)...
As crianças são sábias, vêm e sabem tanto mas nunca nunca aprendem a lição. Continuo a fazer e cometer alguns dos mesmos erros que detectei, passo a enumerar:

1) A Confiança: Há exactamente 5 pessoas em que confio plenamente e desde sempre. 5 pessoas que estão e estiveram sempre do meu lado, que me conhecem tão bem que distinguem todos os meus risos, que sabem exactamente quando estou e não estou bem, que sou sarcástica quando estou magoada, que respondo quando não gosto do que me dizem nem do tom que utilizam, que começo tudo de novo quando perco tudo as vezes necessárias desde que nunca os perca a eles. Naquela altura e nesta, merecem todos os dias o meu obrigada.

2) O Drama: Com oito e nove anos, a vida vista por mim nem sempre foi fácil a não ser quando fazia anos... Eterna antecipação das coisas! Era (sou ainda nalgumas situações) uma insatisfeita, excepto no que dizia respeito ao meu primeiro namorado, (o primeiro a sério!) o Bruno!

3) Misto de Realidade e Fantasia: O Bruno pediu-me em namoro quando eu estava à janela do alto do meu ultimo andar e tinha uma cadela chamada mimosa... além do descritivo diário de como ele era lindo e do que trazia vestido, o Bruno era o meu príncipe encantado. (Floreado, floreados... Não há princesas quanto mais príncipes encantados!)

4) Estabilidade: Na verdade, dou-me conta que nunca me familiarizei com o termo. Tudo é volúvel e volátil. Nunca fiquei tempo suficiente nalgum lado para criar raízes, histórias ou sentido de pertença a não ser de forma esporádica. Sei, no entanto, que todos os que conheci ficaram com um bocadinho de mim e eu sou um bocadinho de todos eles. Sei que tudo pode mudar num momento e por isso dou tanto de mim, me magoo tanto e as relações me custam tanto .. Faço tudo para que saia sempre com a sensação de que dei o melhor e fiz (faço) o melhor que pude (que posso)... Ingrata e egoísta dirás tu que não me conheces, mas olha que também sou humilde.

5) Sorte: Tive tudo o que quis, nem sempre mas quase sempre, fui feliz e sou feliz sempre que não existirem termos comparativos com outras felicidades.

6) Escrita: Hoje, como antes, a escrita serve e serve-me como estanque, como fuga e refugio de todos os sentidos. Sinto-me menos só porque escrevo. Entre o antes e depois, estás tu, que me procuras, que me lês e me descobres aos poucos mais um bocadinho.

Não digas que já me conheces, não sei o que as minhas palavras te contarão ainda.

quinta-feira, fevereiro 26

Carnaval

Confesso que o tema de que te falo hoje encontra-se fora de contexto, afinal o Carnaval há dias que passou. De folia em folião, as máscaras banalizam-se nestas datas... no entanto, não há um só dia que não me mascare, não há um só dia em que não te mascaras. Li muito sobre o tema das màscaras sociais para poder dissertar longamente sobre o mesmo e contrapôr vivamente tudo o que possas achar sobre este assunto! Agora, aqui sentada em frente ao computador, nenhuma màscara de sabedoria me cobre, nenhuma sapiência me assola para que, com a minha màscara de falsa modéstia, possa fazer um brilharete com as palavras......
Vou fazer diferente hoje, vou-te falar de nós!
Construo (contróis) todos os dias uma màscara. Uso (usas/usamos) vàrias durante o dia, todos os dias. Eu por exemplo, eu posso ser todas em uma: simpática, antipática, arrogante, gentil, curiosa, engenhosa, poderosa, frágil, medonha, mimada, choramingas, irritante, crente... E tu? Sou (e tu também és) quem quero (queres) ser mediante as pessoas, as situações, os momentos (que versàtil! diràs). É só um jogo que aprendi contigo, com vocês, um jogo em que participamos todos nós.
Uso a màscara para mascarar o que sou de verdade, para me proteger dos outros, para ter mais confiança em mim e no meio de tanta farsa é dificil encontrar o verdadeiro eu (o verdadeiro tu)... é díficil lidar com o que não entendemos, o que nos magoa, o que nos estranha, o que nos ignora, o que vive todos os dias sem nós, diferente e indiferente a nós. Sabes?
Um sorriso pode desarmar-me por completo! Os olhos brilham, enrubeço e cai a màscara! O que me salva dos outros é esse exacto momento que me liberta e sei quem realmente sou.

sexta-feira, fevereiro 13

Pick-a-boo

Esta noite acordei a chorar! A chorar como não chorava há anos... Tomei uma resolução!
Aconteça o que acontecer, a partir de hoje, vou voltar a ser eu, sem querer ser igual a ti, sem pretender ser um de nos... só eu, como sempre fui.
Se leres o que te escrevo, de mim para ti, num dia de azar como o de hoje, pode ser que volte a ter sorte!

quinta-feira, fevereiro 12

Pensamento do Dia

"Tudo o que amamos profundamente converte-se em parte de nós mesmos."

hoje sinto-me só.

quarta-feira, fevereiro 4

Whisper

"Em todas as épocas os sonhos sempre prenderam a atenção dos homens. Para alguns povos antigos, os sonhos eram a chave do conhecimento mágico e espiritual, onde seriam reveladas passagens secretas para factos do passado, presente e futuro. Em psicologia, a análise do sonho é bastante utilizada como instrumento para o terapeuta. Nem todas as correntes da psicanálise fazem uso do estudo dos sonhos, mas para Freud, por exemplo, o sonho diz respeito ao inconsciente e a fenómenos psíquicos durante o sono, sendo o sonho um mapa para o inconsciente. Uma vez que os sonhos estão ligados ao inconsciente, não há, neles, uma sequência lógica de factos, não estão presos às leis espaço-temporais do mundo físico. Recheados de factos quotidianos e de impulsos inconscientes, em geral, tudo parece estranho num sonho, onde muitas vezes somos espectadores, como que vendo um filme, e noutras somos os protagonistas de histórias surreais, onde tudo é possível e desejos inconscientes podem vir à tona. O sonho funciona assim, como um mediador de forças entre o consciente e o inconsciente, fazendo com que situações agradáveis possam ser mantidas e prolongadas durante o sonho, e que situações ameaçadoras possam ser interrompidas. Para Freud, o conteúdo visível do sonho é a história que se desenrola, mas o que mais interessa é o que está por trás da história, os impulsos inconscientes que a originaram. Os sonhos são formados por um complexo conjunto de factores que ainda não foram totalmente desvendados, seja por místicos ou por cientistas, mas que sempre farão parte da vida do ser humano. Os sonhos revelam um outro mundo, um outro "eu"."

Esta noite vi-te!

Deste-me a mão e tocaste-me a alma... (whisper: Borboletas no estômago!) baloicei-me no teu sorriso durante uma vida... (whisper: Nó na garganta!) Encontrei uma casa com mil quartos no teu abraço. (whisper: Corei!) e posso jurar, durante um breve momento, não tive mais pedras no meu caminho!

Whisper!

Sussurraram vozes ao meu ouvido.

Devo começar sobre o meu fim

Esquecendo tudo por que caí

O despertador que toca.

Whisper!

Foi só um sonho e chegou ao fim.

terça-feira, janeiro 20

Resoluções

Há algumas semanas que medito sobre a finalidade da passagem de ano, ups, peço perdão, do réveillon! Se as festividades e tudo o que elas implicam são sempre benvindas, o espírito que envolve esta quadra nem sempre é claro e deixa-me um tanto ou quanto deprimida. Deve ser da ideia do balanço, como se 365 dias necessitassem de ser resumidos e sumariamente reduzidos a duas tabelas (ou três consoante a especificidade da análise): o bom; o mau; e (para os rigorosos e criteriosos) a chamada tabela do "o que deverei melhorar".

Devo dizer que comecei o ano a fazer exactamente o que quis.
Fiz 500kms numa só noite para molhar os pés no mar e valeu cada cm percorrido. Não elaborei listas nem pedi desejos, não comi passas mas brindei com champagne e vi o fogo de artificio espelhado no mar. Deixei na água salgada tudo o que de bom e de mau aconteceu em 2008, ficou lá o meu balanço, depositado num banco seguro que não me vai cobrar taxas do que guardou. Ficaram lá também todos os pedidos para 2009. Se alguma coisa não acontecer, não culpo ninguém, foi porque a onda que guardou o meu desejo se perdeu no infinito do mar.
O novo ano dirá se sou mais compreensiva, mais tolerante, menos impaciente, menos sonhadora, mais ambiciosa, mais amiga, menos birrenta, mais amorosa, mais feliz, menos irritante, mais calma, menos expectante, se consigo colar o meu coração partido, fazer a diferença na vida de alguém, realizar todos os meus sonhos...
Para tudo isso tenho 365 dias, que são exactamente 8.765,81277 horas, que são nada mais nada menos que 525.600,00 mins ... Por falar nisso, tenho de ir!
2009 ainda agora começou!