quarta-feira, maio 27

Fly me to the moon

No último domingo tive a oportunidade de passar algumas horas no aeroporto. Devo dizer que a massa humana e a variedade de povos e culturas que ali se cruzam é impressionante e se calhar é por isso que me sinto sempre tão bem ali ... No local das chegadas, onde me encontrava, pude observar a ansiedade, a angustia, as lágrimas, os inúmeros sorrisos e abraços dos que aguardam pacientemente os que chegam directamente de todo o lado nos pássaros de aço que cruzam os céus, qual prefácio de um livro ou o final de um filme (que poétiquices...).

(Que saudades de andar de avião! !)

O aeroporto e a vida que ele encerra fazem encurtar as distâncias de uma forma reconfortante. Os painéis informativos das partidas e chegadas causam-me sempre algum fascínio como se qualquer daqueles locais estivesse a poucos metros, por detrás daquelas portas e, como se fosse possivel, conhecesse todos eles.

(Sonhei sem abandonar o meu lugar! Vou ser tão lamechas!)

Assim, como por magia, saí de Londres - Heathrow, passei por Paris - Charles de Gaulle, dei um salto a Frankfurt am Main, tomei o pequeno-almoço em Toronto Pearson Internacional, viajei até Madrid antes de voar até Amsterdão, passei por Munique mas almocei em Pequim , tomei café em Chicago O'Hare Internacional . Como a tarde ainda era longa, fui a Roma - Fiumicino, para mudar de ares, passei em Atlanta Hartsfield-Jackson ATL, fiz escala em Londres - Gatwick, mas não podia deixar de ir a Atenas Internacional antes de aterrar em Los Angeles Internacional, fiz um desvio até Montreal Pierre Elliott Trudeau, apaixonei-me na Big Apple em Nova Iorque John F Kennedy, a noite perfeita não podia deixar de ser na cidade das Luzes em Paris - Charles de Gaulle, quando dei por mim, não tinha saído dali, sentada à mesa do café, no aeroporto de Lisboa, a 20 minutos da hora prevista de chegada do voo Geneva- Lisbon.

Do lado de cá das portas, tornei-me parte da tal massa humana, verifiquei o painel mil vezes e esperei, vi as horas, os minutos e esperei, esperei... Esperei encontrar em mil rostos aquele que me levou ali.

Que saudades!

Voar, voar para qualquer lado e saber que onde quer que aterre estará alguém á minha espera. Assim que atravessar aquelas portas, com mil sonhos dentro da bagagem, saber que ao encontrar aquele rosto entre tantos outros, será o fim da viagem. Muito mais do que mereço mas, depois da espera, exactamente tudo o que preciso.
Quantos sonhos... Acorda Sara!

Sem comentários: